Alerta de gatilho! Você já deve ter visto esse termo circular pelas redes sociais ー muitas vezes, de forma banalizada, como uma brincadeira ou meme ー, mas esse é um assunto que deve ser tratado com seriedade.
Os gatilhos emocionais podem desencadear uma série de sentimentos negativos. Mas, afinal, o que são os gatilhos emocionais?
O que são os gatilhos emocionais?
Os gatilhos emocionais acontecem quando alguma situação desperta uma reação emocional intensa, que “desbloqueia” um trauma, uma memória ou sentimento ruim. Essa situação pode ser uma conversa, uma cena de um filme, um cheiro, uma música, uma palavra ou qualquer outra coisa que traga uma sensação ruim.
As emoções desencadeadas pelo gatilho podem ser tristeza, medo, raiva, ansiedade, pânico, culpa, perda de controle e por aí vai. Além disso, podem despertar reações físicas, como falta de ar, tremores e choro. Essas reações podem variar de acordo com a situação que causou o gatilho e o modo com que cada pessoa lida com os sentimentos negativos causados por ele.
Como identificar os gatilhos emocionais?
Agora que já sabemos o que são os gatilhos, vamos a alguns exemplos práticos, para ilustrar melhor o conceito. Uma pessoa que já foi vítima de violência doméstica pode assistir a uma cena violenta de um filme, que desperte gatilhos. Já alguém que sofreu um acidente de carro, pode ter sentimentos ruins ao passar na frente de algum lugar em que aconteceu um acidente ou, até mesmo, não conseguir mais dirigir.
No entanto, nem sempre é tão fácil assim identificar o que desencadeou um gatilho. Muitas vezes, detalhes de memórias ruins e traumas ficam “guardadas” no nosso inconsciente e, presenciar algo que nossa mente relacione com essas memórias, pode gerar reações emocionais.
Nesses casos, é importante refletir, se auto-observar e tentar entender de onde vem esses sentimentos e memórias. Não é uma tarefa fácil. No entanto, um profissional pode ajudar a entender e lidar com esses sentimentos.
A banalização dos gatilhos emocionais
“Alerta de gatilho”, “Deu gatilho, apaga.”, “Meu gatilho”. Com a popularização do termo nas redes sociais, muitas vezes “gatilho” é usado de forma banalizada, em um meme ou comentário.
Não estamos problematizando a liberdade das pessoas de brincarem na internet e usarem memes, mas é importante que se conheça e entenda que gatilhos emocionais existem e devem ser tratados com seriedade. Ou seja, quando o termo for usado no sentido psicológico correto, ele deve ser levado a sério e não como uma brincadeira.
Como lidar com os gatilhos emocionais?
Praticar o autoconhecimento é um dos pontos mais importantes para lidar com os gatilhos. Você consegue identificar a situação que desencadeou essas emoções? Você já tinha sentido algo assim? Como você se sentiu fisicamente? Você foi capaz de controlar um pouco dessas reações?
Conversar com alguém ー seja um profissional ou alguém de sua confiança ー sobre o que aconteceu pode ajudar a organizar melhor esses pensamentos, entendê-los e pensar em estratégias para lidar melhor com esse tipo de situação no futuro.
Apesar dos gatilhos, muitas vezes, estarem além do nosso controle, estar bem emocionalmente pode reduzir o efeito que eles têm sobre nós. Dormir bem, praticar exercícios, cuidar da alimentação e separar momentos de autocuidado também são uma forma de buscar o equilíbrio emocional.
Aliada a tudo isso, a terapia é uma ferramenta essencial para entender e aprender a lidar com esses sentimentos e emoções. A ajuda de um profissional qualificado faz toda a diferença.