Atualmente, o assunto Serial Killer, ou assassino em série se preferir, está bastante em alta. Podcasts, documentários, filmes e séries sobre crimes reais têm ganhado destaque nas telinhas e cada vez mais interessados no gênero. Contudo, o âmbito psicológico destes indivíduos ainda é pouco abordado.
Um questionamento que muitos se fazem é sobre a origem daquela maldade:
o indivíduo nasce mau ou a maldade é adquirida com o passar do tempo?
A origem da maldade
De acordo com os estudos da Psicologia, a maldade pode ser fruto de vários fatores, que variam entre transtorno de personalidade até as vivências na infância.
No caso de transtornos mentais, muitas vezes esses casos se relacionam ao Transtorno de Personalidade Antissocial (TPA), também chamado comumente de sociopatia e psicopatia. No entanto, ao contrário do pensamento popular, sociopatia e psicopatia são psicopatologias distintas.
Sociopatia X Psicopatia
Segundo diversos estudos no campo psicologia, o que difere a psicopatia da sociopatia são os fatores genéticos, biológicos e fisiológicos versus os fatores ambientais, relacionais e sociais. Em resumo, a psicopatia está ligada a questões genéticas, ou seja, a pessoa já nasce psicopata. Enquanto a sociopatia envolve questões sociais e ambientais para que o indivíduo a desenvolva.
Quanto às principais características, a sociopatia e a psicopatia tem semelhanças em diversos aspectos e, tradicionalmente, a sociopatia é vista de forma mais branda que a psicopatia. A sociopatia é caracterizada, principalmente, por um padrão que envolve falta de empatia e o desvio de caráter. Já a Psicopatia, além das mesmas características presentes em um sociopata, muitas vezes envolve comportamentos criminosos e mais graves, sem remorso.
Existe tratamento?
É sabido que, além de características genéticas e condições socioeconômicas não favoráveis, os traumas, a violência e a negligência doméstica são de grande relevância na evolução desses transtornos.
No entanto, assim como esses quadros podem ser agravados, eles também podem ser melhor controlados com o tratamento correto. Medicamentos psiquiátricos, como estabilizadores de humor e antidepressivos, aliados ao acompanhamento psicológico podem auxiliar no controle da agressividade e da impulsividade, por exemplo. E, nesses casos, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é fortemente indicada.
Contudo, o tratamento em casos de Transtorno de Personalidade Antissocial não funciona como um “transformador” de personalidade, ou seja, não há cura da condição e, sim, um abrandamento dos sintomas enquanto o indivíduo recebe o acompanhamento psicológico e psiquiátrico.
Voltando à pergunta inicial proposta no artigo, a dualidade humana torna difícil responder se as pessoas realmente nascem más ou não. Nenhuma pessoa é 100% boa ou má. No entanto, a psicologia pode sim estudar e analisar os padrões de comportamento humano e o que leva alguém a maldade.