Codependência. Talvez você nunca tenha ouvido falar neste termo, mas certamente conhece alguém – ou já conheceu – que carrega consigo essa condição psicológica. Trata-se de um transtorno emocional de dependência do indivíduo, quando é criado um vínculo excessivo a ponto de trazer prejuízos na vida do codependente. Quem já ouviu falar, geralmente relaciona o termo a casais, mas ele pode acometer qualquer relacionamento, seja entre casais, familiares ou entre amigos.
Como identificar a codependência?
Alguns comportamentos ajudam na identificação desta condição. Isolados, talvez possam indicar apenas características daquele relacionamento ou das pessoas envolvidas. Mas quando reunidos, e mais, quando trazem prejuízos na vida prática, devem ser avaliados com cautela.
Sabe aquela relação onde você precisa se dedicar ao máximo, sempre, que parece sugar suas energias e você parece viver para satisfazer os desejos do outro? Grande indicativo de uma codependência. São ainda sintomas prováveis sentimentos intensos, como um amor muito grande, ou um ódio incontrolável; quando o outro é sempre o foco; quando é preciso agradar; é preciso atender às expectativas do outro em detrimento de suas próprias; quando o afeto se transforma em um apego excessivo.
Quais são as causas da codependência?
O indivíduo sofre com sua insegurança e baixa autoestima, intensificados com o abandono de seus próprios desejos. Essas são, inclusive, as principais causas relacionadas a esse transtorno, somadas ao medo de ficar sozinho e de ser rejeitado; e o sentimento de ser responsável pela felicidade do outro, o que pode gerar culpa e tristeza profunda diante de qualquer situação ruim que venha acontecer a ele.
Quais são as consequências da codependência?
A codependência pode trazer consequências graves, como o abandono de relações de amizades, o afastamento de outros entes queridos e, até mesmo, a perda ou o abandono de emprego.
Como vive uma pessoa codependente?
O que começa com um sentimento afetuoso e amoroso, ao longo do tempo pode se transformar em um relacionamento nada saudável, pois o indivíduo, na crença de que o outro precisa dele, se coloca em situações insustentáveis e intoleráveis, com a única finalidade de servi-lo. É como se o indivíduo fosse um salvador, que investe toda sua energia em proteger e cuidar do outro, que, em tese, precisa dele para continuar vivendo. Logo, a fragilidade do outro é utilizada como uma desculpa para justificar todo o sacrifício realizado.
Principais tipos de codependência
A codependência é muito comum em famílias com dependentes químicos, mas ela não é exclusiva a esses casos. Quando há drogas envolvidas, o codependente se apoia no vício da pessoa. Na codependência afetiva, independente da droga, qualquer tipo de necessidade do outro pode ser encarada como uma fraqueza a ser atendida ou corrigida pelo indivíduo, que registra, como quase em todos os casos, momentos de insegurança, medo de ser abandonado e uma necessidade imensurável de agradar. No caso da codependência familiar, o mesmo pode acontecer, acrescentando uma grande dose de culpa, devido ao fato de a pessoa se sentir responsável pela felicidade do outro.
Como tratar a condição?
Assim como outras condições psicológicas, a codependência tem tratamento, que pode ser realizado com o apoio de um psicoterapeuta, principalmente, mas também por meio de uma busca intensa por autoconhecimento e uma vida saudável e equilibrada, na qual seus hábitos e desejos são levados em consideração, sendo priorizados em detrimento dos hábitos e vontades do outro.
O transtorno emocional de dependência do indivíduo é considerado, portanto, uma doença crônica. Desta forma, é preciso um olhar sensível e uma postura sempre alerta, pois mesmo após um bem-sucedido tratamento, é possível que ele volte a se fazer presente. O desenvolvimento de habilidades emocionais, autoconfiança e autoestima, junto à procura constante por autoconhecimento são grandes aliados na busca de se encontrar e manter relações saudáveis.