Terapia Pré-Matrimonial: o papel da psicoterapia antes do casamento

Terapia Pré-Matrimonial: o papel da psicoterapia antes do casamento

Você já deve ter ouvido falar que tudo muda depois do casamento. Apesar dessa crença popular, muitas vezes, trazer um panorama exagerado e até assustador sobre os “efeitos colaterais” da oficialização dessa união, é fato que mudanças realmente acontecem na vida do casal.

Nesse cenário de alegria pelo casamento e temor pelas mudanças que virão depois dele, a terapia pré-matrimonial é uma ferramenta valiosa para iniciar essa nova etapa da vida a dois. Mas, afinal, o que é terapia pré-matrimonial?

O que muda depois do casamento?

Não existe uma resposta universal para essa pergunta, não só varia de casal para casal, mas também de como é a relação pré-matrimonio. Um casal que já mora junto antes do casamento, por exemplo, vai sentir um baque menor em relação à convivência, do que um casal que ainda mora com os pais e vai se mudar após o casamento.

Para quem está acostumado a morar sozinho, vai precisar lidar com o fato de que o “controle” da casa agora passa a ser compartilhado e que momentos sozinho serão cada vez mais escassos. Já quem morou a vida inteira com os pais pode sentir falta da vida antiga, dos familiares sempre por perto, de ter menos responsabilidades em relação à manutenção do lar e por aí vai.

Podemos sim aprender com as experiências de outras pessoas, como irmãos, amigos próximos e nossos próprios pais, mas é importante entender que cada experiência é individual e que você e seu futuro cônjuge precisarão lidar juntos com essas mudanças.

A vida anterior ao casamento

Por mais que você conheça bem a pessoa com quem você vai se casar, é preciso entender que as pessoas são diferentes. Cada um recebeu uma criação diferente, em famílias diferentes, esteve exposto a valores e crenças distintas, e a realidades financeiras distintas.

O jeito que você lida com o dinheiro pode ser muito diferente do modo como o seu parceiro lida. A sua visão sobre o “papel da esposa” pode ser muito distinta da visão da sua parceira. O seu cônjuge pode não estar de acordo com o seu modo de criar os filhos. E, mesmo que os dois tenham tido criações parecidas e realidades financeiras semelhantes, com certeza vocês terão que lidar com muitas divergências ao longo do casamento.

O papel da terapia pré-matrimonial

A terapia pré-matrimonial tem o papel de ajudar casais a se prepararem para o casamento, mas o que isso quer dizer na prática?

Esse tipo de terapia foca em identificar as fraquezas e pontos de conflito do casal, que podem se agravar no futuro. E, não só isso, vários temas importantes são tratados na terapia pré-matrimonial, como finanças, vida sexual e filhos, pontos que muitas vezes não são discutidos com seriedade pelo casal, e que podem gerar conflitos e mal-entendidos ao longo da vida a dois.

A terapia pré-matrimonial trabalha na melhora das habilidades de comunicação e resolução dos conflitos, além de estabelecer expectativas realistas para o casamento. Tudo isso, para preparar o casal para as mudanças e dificuldades que virão nessa nova fase.

Quais temas podem ser tratados na terapia pré-matrimonial?

Como já falamos por aqui, as experiências e necessidades de cada casal são diferentes, ou seja, a terapia pré-matrimonial também precisa ser pensada e conduzida para atender a essas diferenças. No entanto, vamos falar sobre algumas questões comuns que costumam ser tratadas.

  • Comunicação e resolução de conflitos: qual é o estilo de comunicação de cada membro do casal? Esse estilo de comunicação é saudável? Os conflitos costumam ser resolvidos? Como são resolvidos?
  • Expectativas e crenças em relação ao casamento: o que significa casamento para cada membro do casal? Por que querem se casar? O que acham que pode mudar após o casamento? O que significa ser um bom cônjuge?
  • Planos para o futuro: quais são os objetivos de vida do casal? O que querem construir individualmente? O que querem construir juntos como casal?
  • Finanças: como serão divididas as contas do casal? Terão contas conjuntas ou separadas? Um dos membros do casal ganha mais do que o outro? Um gasta muito, enquanto o outro é comedido? Existem dívidas?
  • Relação com trabalho: Quais são as aspirações de cada membro do casal, em relação à carreira? Quanto tempo dedicar ao trabalho?
  • Filhos: ter ou não ter? Se sim, quantos filhos? Qual seria o melhor momento para tê-los? Como serão educados? Que tipo de escola eles frequentarão? A família de origem (avós, tios, irmãos, etc.) participará da criação dos filhos? Faz sentido ter uma babá?
  • Divisão de tarefas domésticas e cuidados com os filhos: como as tarefas domésticas serão divididas? O casal adotará papéis de gênero muito conservadores ou as obrigações serão divididas de forma igualitária? E as responsabilidades no cuidado com os filhos?
  • Sexo: o que cada membro do casal espera em termos de sexo, frequência sexual e intimidade? O casal é capaz de conversar sobre sexo abertamente? Quais são as fantasias de cada um?
  • Relações com famílias de origem: como vão lidar com pais, irmãos e demais membros da família? Em caso de conflitos, como resolver? Como vão apoiar membros da família idosos ou doentes?
  • Relações com amigos: o casal passará todo seu tempo livre juntos ou este será dividido com amigos e família de origem? É aceitável cada membro do casal ter amigos diferentes?
  • Religião: qual é a religião de cada um? Quão religioso é cada membro do casal? Em caso de terem filhos, em qual religião estes serão criados?
  • Demonstrações de afeto: como cada membro do casal gosta de receber e demonstrar afeto? O que cada um espera do outro?
  • Infidelidade e ciúme: o que é considerado infidelidade? Como lidar com eventuais situações de ciúme?
  • Uso de tecnologia e redes sociais: um dos membros do casal usa muito mais tecnologia do que o outro? Como cada um se expõe nas redes sociais? Quanto tempo é aceitável passar no celular?

Essas e outras diferentes questões podem ser tratadas na terapia pré-matrimonial, mas os temas não precisam ser abordados nesta ordem e seu grau de importância varia de casal para casal. Ainda tem dúvidas sobre o assunto? Entre em contato comigo e saiba mais!

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